Alguns dados históricos da Diocese de Pemba
1.Fundação da Diocese: 5 de Abril de 1957
2. Bispos que a serviram:
- José dos Santos Garcia (16 de Junho de 1957)
- Januário Machze Nhangumbe (Janeiro de 1975- Outubro de 1992)
- Manuel Vieira Pinto ( Dezembro de 1992-Fevereiro de 1998) - Como Administrador Apostólico
- Tomé Makhweliha (Fevereiro de 1998-Janeiro de 2001)
- Francisco Chimoio: (Fevereiro de 2001-Janeiro de 2003) - Administrador Apostólico até Novembro de 2004.
- Ernesto Maguengue: (Novembro de 2004-Outubro de 2012 - ver carta pastoral)
- Luiz Fernando Lisboa: (Setembro de 2013---)
Tal como a demissão, em finais de 2012, do jovem bispo Ernesto Maguengue, também a nomeação deste homem brasileiro para, como ele próprio diz, lhe suceder como o 7° bispo da Diocese de Pemba, deixou toda a gente católica mais atenta à vida da Igreja, muito surpreendida.
Depois da nomeação do Bispo Élio Greselin, há cerca de 4 anos, para Lichinga; do Bispo Francisco Lerma, em 2011, para Guruè; e do Bispo Claudio Zuanna, para Arcebispo da Beira (2012), não se esperava que o Vaticano insistisse em mais um estrangeiro para integrar a CEM.
Lembremo-nos de que estes bispos são os primeiros não-moçambicanos a serem nomeados após a independência do pais, ano em que, no mês de Março, surgiram os dois primeiros nacionais, a saber, os Padres Alexandre José Maria dos Santos (Arcebispo de Lourenço Marques/Maputo) e Januário Machaze Nhangumbe (Bispo de Porto Amélia/Pemba).
Era conhecida a resistência dos bispos moçambicanos à nomeação de bispos de nacionalidade não-moçambicana, muito diferentemente do que, simultaneamente, aconteceu em Angola, apesar de o leque de escolha entre padres nacionais ser muito maior do que em Moçambique. Tenhamos em conta que, na altura da Independência, o número de padres negros, moçambicanos, não chegava sequer a 40.
Quebrou-se, pois, assim, uma aparente fatalidade - para ser bispo em Moçambique só moçambicanos -. Com evidente satisfação de não poucos padres negros, de espírito aberto, universalista e de comunhão, está reposto um procedimento mais consentâneo com a identidade católica e a jurisdição universal do Papa.
Padres moçambicanos há que interpretam este procedimento do Vaticano como um juízo sobre o modo como as dioceses de Moçambique foram governadas por uma hierarquia inteiramente nacional , sobretudo após a resignação do Arcebispo Manuel Vieira Pinto (2001) e do bispo Luis Ferreira da Silva (.2003), e, portanto, segundo o desiderato e os critérios do Concílio Vaticano II (AD Gentes e Christus Dominus ).
Cremos que o Vaticano quis caçar dois coelhos com uma cajadada: por um lado, afirmar a sua autoridade face à hierarquia moçambicana e, por outro, dar-se um pouco mais de tempo de forma a que cresça o número e a qualidade de padres moçambicanos donde, não tenho dúvidas, sairão, muito proximamente, os bispos que ajudarão a resolver os problemas já em aberto, como sejam o de Nampula e o de Lichinga, um por motivos de saúde e o outro por limite de idade.